
Neste sábado, 19, comemora-se o Dia do Cinema Brasileiro. A data remete à primeira filmagem em território nacional, feita em 1898 por Afonso Segreto. O ítalo-brasileiro estava a bordo de um navio e registrou sua chegada ao Rio de Janeiro, mais precisamente na Baía de Guanabara.
Há quem, no entanto, considere que o Dia Nacional do Cinema seja comemorado em 5 de novembro, data em que ocorreu a primeira exibição pública de cinema no Brasil, no Rio de Janeiro, em 1896.
Na dúvida, nós, do Agita Pirenópolis, achamos válido comemorar os dois dias, visto que esta arte precisa ser valorizada e merece todas as comemorações.
Conheça a história do Cine Pireneus
Conhecer a história do cinema brasileiro é saber um pouco mais sobre a história do Brasil. O cinema é, desde o princípio, responsável por refletir o contexto social, avanços tecnológicos da sociedade, assim como períodos de crise e prosperidade do país.
Mas, tão importante quanto as obras, as salas de cinema espalhadas pelo Brasil compõem a cultura e a memória nacionais.
O edifício do Cine Pireneus, localizado na Rua Direita, em Pirenópolis, foi construído como teatro em 1919 pelo padre Santiago Uchôa.
A planta original seguia o modelo do Teatro da cidade, composta de vestíbulo, plateia central, galerias laterais e palco.

A construção virou cinema somente em 1936. A mudança de função motivou uma reforma que alterou o estilo da fachada de neoclássico para art-déco, comumente adotado na época para as frontarias dos cinemas mundo afora.

O cinema funcionou por vários anos. Por ali passaram o cinema mudo, o cinema mudo com som e sonoplastia de orquestra ao vivo, o cinema falado, sendo o “Médico e o Monstro” o primeiro filme falado a ser exibido.
Em 1950, passou por uma nova reforma, alterando novamente a fachada.
Aproximadamente na década de 70, com a chegada da televisão em cores na cidade, o cinema foi fechado. Posteriormente, na década de 80, o edifício teve o telhado destruído após um incêndio, ficando apenas a parede da fachada em pé. O prédio ficou em ruínas por quase 30 anos.
Em 1999/2000 o prédio foi totalmente restaurado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A reconstrução foi baseada em um programa que visava a possibilidade de uso do local, tanto para cinema, quanto para teatro.
A dupla função refletiu na própria fachada: na parte externa, voltada para a Rua Direita, foi mantido o estilo art-déco, e na interna, o estilo neoclássico de sua primeira versão.
O cinema e o teatro foram ligados pelos fundos, onde foi construída a Praça dos Quintais, inaugurada em 2010. Também chamado de Entroncamento Cultural, a praça possui sala para ensaio e exposições e café.
Um terceiro palco foi criado, junto à fachada posterior do cinema, voltado para um anfiteatro a céu aberto.

Atualmente, o cinema está fechado por conta da pandemia.
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Fontes: CAVALCANTE, Silvio e Neusa. Barro Madeira e Pedra, Patrimônios de Pirenópolis, pág. 155-167, 2019.
CARVALHO, Adelmo. Pirenópolis Coletânea 1727-2000: História, Turismo e Curiosidades, pág. 42, 2001.