Nesta quinta, 29, músicos de Pirenópolis se reuniram para reivindicar a volta aos trabalhos na cidade. De acordo com os artistas, que pedem apoio através de campanha na internet, a classe é a única que está impedida de trabalhar há três meses, sem qualquer auxílio ou justificativa.
Quatro musicistas lideram um grupo que conta 30 participantes. São eles Rodrigo Nascimento, Carol Colombini, Eli e Franklin Borges. Na tarde desta quinta, 29, eles fizeram um vídeo solicitando apoio da população e das autoridades para poderem voltar às atividades.
Em contato com o Agita Pirenópolis, os artistas afirmam que têm consciência da pandemia e são a favor das medidas de prevenção, mas que, como qualquer pessoa, também têm contas a pagar e, sem auxílio e permissão para se apresentarem, muitos da classe estão passando por dificuldades.
“Nós só queremos trabalhar. Não queremos bagunça ou aglomeração, mas, da mesma forma que o garçom está trabalhando e o turista pode estar ali sentado, nós também temos o direito de ficar ali no canto defendendo nosso dinheiro”, afirma Rodrigo.
O músico ainda fala que a classe não tem responsabilidade sobre as aglomerações e, sim, os proprietários dos estabelecimentos. Segundo Rodrigo, há bares em Pirenópolis indo contra o decreto municipal e operando com 100% da capacidade, sem sofrer com fiscalização, enquanto os artistas são responsabilizados pela quantidade de pessoas.
Clique aqui para ler o último decreto municipal.
“Se a capacidade máxima permitida estiver sendo respeitada, não tem como haver aglomeração (…) O que podemos fazer é parceria, é tocar baixo, diminuir o volume da caixa e se alguém se levantar para dançar a gente fala que não pode; quem for transitar no restaurante, pedimos para usar máscara, enfim seguindo o decreto”, conta.
Músicos de Pirenópolis x Prefeitura
De acordo com último Decreto Municipal divulgado pela Prefeitura, todos os espaços, sejam eles públicos ou privados, devem funcionar com capacidade máxima de 50%.
Quanto às apresentações musicais, o documento só permite música ao vivo no estilo voz e violão, com limite de dois integrantes e sem amplificação sonora.
Rodrigo afirma que isso “boicota” os artistas, visto que a voz é seu instrumento de trabalho. Ele diz que como os ambientes são grandes, os músicos acabam tendo que extrapolar a capacidade vocal para que os clientes ouçam a apresentação; ou seja, os instrumentos como caixa de som são necessários.
Quanto ao limite de integrantes, os chamados músicos de acompanhamento, como por exemplo, baixistas e bateristas, saem ainda mais prejudicados, pois seguem impedidos de trabalhar.
Há cerca de um mês, a classe foi atendida em reunião com secretário de cultura Ronaldo Félix, onde expuseram suas reivindicações. Ficou definido que a cantora Eli entraria como representante da classe no Comitê de Gestão de Risco da cidade. Foi depois do encontro que apresentações musicais em duo voltaram a ser permitidas em decreto.
Os artistas, no entanto, reclamam que as demais demandas do grupo não têm retorno da prefeitura. Uma reunião entre a classe e a administração está para ser marcada mas, até então, a data não foi definida.
A equipe do Agita Pirenópolis entrou em contato com a Prefeitura; entretanto até o fechamento desta matéria não houve resposta.
Músicos de Pirenópolis lançam Campanha #retornodosmusicospiri na internet
Em vídeo divulgado nas redes sociais nesta quinta, 29, os artistas pedem para viralizar a hashtag #retornodosmusicospiri, solicitando apoio para retornarem às atividades, como já acontece em alguns lugares como Goiânia, onde grupos de 4 integrantes são permitidos.
A intenção é sensibilizar a população e chegar a um consenso com o poder público.
“É revoltante o que está acontecendo com nossa classe, estamos tendo o mais absoluto desprezo já que somos uma classe altamente envolvida com a cultura em tudo que a cidade tem de bom a oferecer. Esse é nosso pedido, nosso clamor: precisamos voltar a trabalhar”, afirma o músico Franklin Borges no vídeo.
Confira o vídeo na íntegra:
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